imagem retirada de http://caminhodeluzevida.blogspot.com.br/
Nesta semana a escola teve que lidar com a difícil tarefa de
administrar uma onda de emoção e de luto que brota no interior da maioria dos
meus alunos da área, que sofreram com o vazio deixado pela chacina de seis
alunos que tiveram suas vidas ceifadas precocemente por membros de uma outra
facção, acredita-se que o motivo esteja associado com o tráfico de drogas, o
que não surpreende a comunidade local, já que não é incomum nos depararmos com
jovens usuários perambulando pela comunidade e até mesmo dentro da escola.
Nesta hora em que muitas mães choram nos túmulos de seus
filhos é necessário verificar todos os caminhos que foram escolhidos por estes
e analisar se estas mães de certa forma, algumas vezes não se tronaram
cúmplices de tais escolhas, sempre na tentativa de proteger e de negação do
caminho que seu “anjo” estava seguindo. Sei que parece cruel ter este olhar
sobre o caso, mas nem sempre estes “anjos” tiveram seus comportamentos
exemplares, porém, diante de um cenário onde a equipe diretiva tinha que consolar
dezenas de jovens que permaneceram de pé diante da mesma, sem expressar qualquer
barulho a não ser alguns soluços de choro sufocados pela saudade de alguns dos
amigos, nos resta apenas dizer que este foi um caminho trilhado por eles e que se droga fosse realmente uma coisa boa não teria este nome e muito menos
arruinaria tantas vidas, deixando claro para eles, que se por algum motivo estes
se encontrassem neste caminho, que parassem seu olhar para sua vida para assim
poder pensar onde eles querem chegar, já que tudo na vida tem volta, porém a
morte não. Após todos os discursos proferidos pela equipe diretiva, os alunos foram
convidados a se dirigirem para suas salas e assim o fizeram no mais profundo
silencio, sem nenhuma voz, sem nenhum sorriso, sem nenhuma brincadeira, apenas
o silêncio de alguns corações em luto ou temerosos por talvez caminharem para o
mesmo destino.
Logo após todos os ocorridos e de uma semana pesada fiquei pensando:
- De
quem é a culpa? Dos pais? Da sociedade que exclui os indivíduos das classes
sociais mais baixas? Da cidade que não oferta uma atividade diferenciada que chame a atenção dos nossos jovens?
Bom não
sei, tudo isto vai depender de um do ponto de vista de quem olha bem como os valores e o conhecimento que este possui.