

Rubem Alves nos traz um texto
(gaiolas ou asas), onde através de metáforas utilizando gaiolas, asas pássaros e
voos, o mesmo trabalha a questão da padronização que a séculos vem sendo uma
das características predominantes no ambiente escolar. Na versão do autor a
escola tem que desatrelar a burocracia de exames, trabalhos, pontos, enfim tudo
que vem transformando as instituições escolares em uma verdadeiras prisão. Na
verdade o autor sugere de forma sutil que esta escola medieval deve começar a
(re)pensar a sua função. No texto o autor ressalta ainda que a alegria e o
prazer devem ser algo presentes no cotidiano escolar.
Bem,
mas tudo isso trata-se do pensamento do autor que veio apenas para me fazer
refletir sobre a minha vida acadêmica, creio que sempre fui uma aluna boa com
relação a notas, mas nem tanto quando o aspecto era comprometimento, nesta
reflexão cheguei à conclusão que fui muito feliz até a minha oitava série e que
gostava de estar no ambiente escolar, porém no ensino médio as coisas se
modificaram um pouco, pois além de aulas que pouco me chamavam a atenção e de
professores que cobravam suas matérias da maneira que eles acreditavam que era
certo, também era nova na escola onde todos já vinham desde o pré-escola
estudando juntos, ou seja a estranha, para ajudar ainda tinha uma capacidade de
apreender bem diferente dos outros, por vezes fingia não saber a resposta ou não
conhecer determinada coisa para me sentir parte do grupo, aliás faço isso hoje
ainda, quando não estou com muita paciência. Nesta época, matar aula atrás da
escola fazia parte já que nada era chamativo ou conseguia instigar minha curiosidade,
aliás ficar na aula era um verdadeiro desafio.
Após a
minha participação neste sistema eu não acompanhei lá grandes mudanças nem
escolas e muito menos em universidades e olha que frequentei varias. Em alguns
momentos durante a leitura do texto de Rubem Alves, me perguntei sobre como
seria se eu tivesse tido uma educação acadêmica libertadora desde o primeiro
momento em que tive contato com as instituições escolares, será que hoje eu
sofreria menos com o meu curso e sua metodologia inovadora? Será que a minha forma de pensar seria
diferente?
Bom estas
são perguntas que comecei a ter após ler o texto e que fico refletindo ainda
que talvez a resposta permaneça obscura.
Referências
ALVES, Rubem. Gaiolas ou asas? In: ALVES, Rubem.
Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 29-32.
Documentário: https://www.youtube.com/watch?v=77S56jvPHY0
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