sábado, 23 de setembro de 2017

Minha visão enquanto aluna

Hoje decidi fazer uma postagem referente ao que já venho me questionando e tentando tomar consciência a algum tempo, para isso no então vou utilizar alguns texto da professora Tânia sobre desenvolvimento de aprendizagem e a minha vivência em duas instituições eads, ao quais farei um quadro comparativo, ressalto que para fazer tal me utilizei apenas do que senti e sinto estudando em ambas e que meu receio de escrever sobre elas caiu por terra quando lembrei que vivo em um pais teoricamente democrático, mas que dá liberdade para pensar e opinar sobre o que eu quiser.
            Não é novidade alguma que atualmente faço uma pós em educação especial na UNIASSELVI e também curso pedagogia pela UFRGS, ambas os cursos são ead, porém tem distinções astronômicas, as quais vou citar abaixo:


UFRGS
UNIASSELVI
Alunos com incompatibilidades de horários podem realizar um curso com horários flexíveis.
Alunos com incompatibilidades de horários podem realizar um curso com horários flexíveis.
O curso ead sofre preconceito, porém no caso da UFRGS este preconceito é amenizado pelo nome da instituição.
O curso ead também sofre com preconceito, mas nada muda.
Fornece um espaço para acessar a Web em um polo.
Fornece um espaço para acessar a Web em um polo.
Fornece conhecimento.
Fornece informação.
O aluno constrói o conhecimento.
O aluno assimila o conhecimento.
Preocupa-se em formar um aluno pesquisador, reflexivo e consciente de sua prática.
Prepara o aluno para ser um bom leitor e um bom ouvinte, direcionando-o com exercícios e respostas prontas.
O curso oferece vários ambientes de aprendizagem, onde através de uma plataforma somos convidados a realizar leituras, ver vídeos e expor nossas ideias através de fóruns e publicações de trabalhos. Além disso o curso utiliza na sua dinâmica o blog e o pbworks para construir uma rede de aprendizagem que servirá de apoio para a avaliação, que normalmente é realizada semestralmente através de apresentações de workshops sobre tudo que foi vivenciado no nosso trabalho ou conversado e analisado nas aulas presenciais para uma banca avaliadora.
O curso oferece um ambiente de aprendizagem fácil de mexer e que apresenta bons vídeos e leituras, além de fornecer o caderno à ser estudado para a prova que se realiza ao final de cada mês.
Curso é feito através de uma edição única, onde só se inicia outro quando este for terminado.
Curso é permanente, ou seja, sai a cada seis meses e o lado bom disso é que se você não conseguir a nota, poderá cursar a disciplina novamente.
Utiliza-se de diversos ferramentas tecnológicas.
Utiliza-se apenas um ambiente virtual.
Construção de projetos de aprendizagem, ou seja, o aluno é construído pouco a pouco para se tornar um ser reflexivo, autônomo e critico.
Creio que aqui existe estimulo e reforço, pois eles te dão uma apostila para ler e se você quiser pode assistir aos vídeos para reforçar o que leu. 
Eu acredito que eles até incentivam a autonomia de me mover até o meu objetivo, porque assim como o rato de skinner tem que ter ação e ir buscar o queijo quando acende a luz para não ficar com fome, eu tenho que ler para o dia da prova (minha luz), caso contrário  eu não me formo.
O curso visa a construção de comunidades de comunicação em rede, onde os alunos aprendem com os professores, tutores e entre si, por isso essa aprendizagem que você vai construindo ela não se forma sozinha, mas sim através da cooperação uns com os outros.
Não existe interação entre os alunos, a não ser nos dias de provas.

            Bom não estou aqui para falar num processo metodológico de aprendizagem ideal, nem falar que um é melhor que o outro, mas sim para falar como vivêncio estes dois processos tão distintos, até porque não existe modelo ideal e sim modelos pedagógicos instituídos por diferentes universidades que vão de acordo com suas vocações, seus públicos, suas localidades e etc.
        Para a minha concepção de aprendizagem se eu tivesse que classificar as duas metodologias apresentadas pelas universidades, faria da seguinte forma:
            A segunda universidade seria classificada por mim como empirista, pois diversas passagens do texto Educação e construção do conhecimento de Fernando Becker me lembraram a relação aluno, conhecimento e professor que esta universidade estabelece, onde apesar de ser um pouco diferente devido a evolução tecnológica, a característica principal de tal teoria é preservada, pois recebemos o material a ser estudado sem levar em conta o que já sabemos devendo apenas ler passivamente e saber dar as respostas certas no momento certo.
          Já a primeira eu classificaria como construtivista, pois a instituição nos proporciona momentos de trocas entre alunos, professores e tutores, onde tudo que somos e sabemos é considerado, além disso ela pretende construir e desconstruir novos e velhos conceitos, porém dando a este aluno a oportunidade de pensar sobre o processo que esta se constituíndo.
            Num primeiro momento foi muito mais fácil eu me adaptar aos métodos utilizados pela segunda universidade, porque ela não me tomava tanto tempo e eu já estava habituada com esse modelo ao qual fui submetida desde que me conheço por gente, onde o professor da seu conteúdo, você aprende, ele aplica a prova e você pode ter ido bem ou mal nesta.
            Já na primeira universidade encontrei diversas dificuldades em me adaptar as metodologias, sendo que estas iam desde eu dominar as novas ferramentas (já que no segundo modelo elas se reduzem ao AVA, que é um sistema fácil de ser aprendido e que disponibiliza tudo que você precisa saber até o final do mês) até a aprender a refletir sobre a minha própria pratica e o meu fazer pedagógico, creio que só agora que estou pegando o jeito.
            A metodologia da primeira universidade foi bem complexa, pois eu não conseguia entender porque tantos momentos de reflexão, por que tantas atividades estimulando a criação de vínculos com os colegas e com isso vinha uma angustia, uma recusa e até uma irritação de não entender.
            Hoje posso dizer que aprendi que o meu fazer me leva ao meu compreender e esse me leva a uma ação melhor do que eu vinha fazendo na minha sala de aula, porém até chegar ao entendimento desse difícil processo confesso que existiu inúmeras vezes em que pensei em desistir e que foi o apoio da amizade, os laços que eu construí com os meus colegas através daqueles exercícios que me fez permanecer.


Referências:


BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento. São Paulo: Artmed, 2001.

6 comentários:

  1. Olá, Franciele. Lendo sua postagem, recordei daquela aluna inteligente, um pouco teimosa e resistente à metodologia do curso, que muitas vezes reclamava das propostas dizendo que não via sentido naquilo, porém meio a contra gosto, realizava assim mesmo. Aos poucos essa menina foi modificando sua postura e hoje vejo uma aluna que faz da reflexão sua prática e da construção do conhecimento a oportunidade de interação e crescimento. Sinto-me feliz e agradecida por fazer parte deste processo de maturação. Parabéns!!!!!

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    1. Obrigada Simone, pode ter certeza que você foi uma das peças principais, todas as vezes que eu pensei em desistir foi a senhora que me deu força para continuar e sobre a aprendizagem na verdade eu percebo sim uma crescente, porém como já foi dito anteriormente acho que perdi muito tempo para me alertar na importância desse processo espero conseguir chegar ao final do curso pronta para assumir a minha função.

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  2. oi, consegui fazer isto so para comentar, como falamos na sala dos profs eu não acho certo voce falar mal da UNIASSElVI, pq vc também foi aluna lá. Acho que não é legal. Sua professora formada por ela e acredito ser uma boa profissional.

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    1. Olá, bom li por diversas vezes a minha postagem (texto) e não achei críticas nele, pois como já falamos não existe jeito certo ou errado de ensinar, existe sim metodologias e a minha intenção foi registrar exatamente essas, peço desculpas por qualquer ofensa. Apenas para registar ainda sou aluna de ambas as universidades e por isso decidi fazer tal comparação entre suas metodologias, pode ter certeza que já mais tive o intuito de denegrir ou supervalorizar os profissionais que são formadas por ambas, apenas creio que como cidadã brasileira e acadêmica de ambas tenho a liberdade garantida pelo Art. 5° de nossa constituição de expor as minhas ideias e aproveito a oportunidade para que você se junte a mim e outras colegas da escola para o grupo de estudos que estamos fazendo, lá poderemos discutir os seus e os meus argumento, para tirar ou manter tal postagem ativa.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Olá Franciele,

    que bom que estejas aprofundando a tua formação fazendo uma reflexão sobre a tua trajetória de estudante em dois cursos na modalidade EaD.
    O texto está bem estruturado e reflete o teu amadurecimento. Percebe-se que as tuas vivências nos dois cursos foram analisadas com maturidade e conhecimento de causa, buscando um suporte teórico.
    Certamente virão outras análises. Que tal uma boa discussão sobre aprendizagem em rede?
    Parabéns!

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