Após o comentário do
Professor Crediné, no qual, o mesmo me estimula a tentar tecer uma discussão
sobre aprendizagem em rede, passei a pensar não só neste quesito, mas nas condições que devemos ter para construir tal rede.
Confesso que num primeiro
momento me surgiu uma dúvida quanto ao conceito de comunidade de aprendizagem e de rede de aprendizagem. Acredito que na primeira modalidade a construção da
aprendizagem se dá principalmente através do mundo virtual, porém constituída através de uma estrutura formal, apesar de ser organizada horizontalmente (onde todos se mostram responsáveis
pela construção de um determinado conhecimento), já na segunda apesar de também ser organizada de forma horizontal, se mostra estruturada mais informalmente,
podendo ser construída tanto através do mundo virtual quanto presencial,
estimulando assim a experimentação, a vivência, a observação e a reflexão sobre o
processo que todos da rede vêm constituindo.
Para iniciar o texto, no entanto, gostaria inicialmente apenas de trazer o foco para a palavra aprendizagem, onde desvincularemos tal palavra dos conceitos de ensinar e conteúdo, pois para constituir uma rede de aprendizagem o professor tem que ter em mente que ele não ensina, muito menos soca conteúdo em seu aluno, pois para iniciar uma rede o professor deve
abrir mão de seu papel, saindo do pilar “saber fazer”, onde o mesmo mostra ou
reproduz o que aprendeu ou sabe fazer e passa para o pilar “saber ser”, onde ele vai se
mostrar capaz de saber ser um mediador entre o seu aluno e as informações que este necessita, dando suporte para que ele construa e transforme o seu próprio conhecimento, isto é, eu não vou
ensinar o meu aluno a subir em árvore, apenas desenhando ou mostrando a imagem
de alguém em cima de uma árvore, mas sim vou estimulá-lo a conquistar esta experiência
levando-lhe até uma árvore real, provocando o mesmo à construir hipóteses de como subir .
Pelo que
venho estudando no Pead e observando nas escolas o primeiro professor descrito (o que sabe fazer) está com seus dias contatos, tendo em vista que existe uma preocupação cada vez
maior em formar professores consciente do processo de ensino aprendizagem e o quão
importante é a experimentação, observação e reflexão na construção de uma estrutura cognitiva.
Como diria Manoel de Barros “tudo que não invento é falso”, ou seja, tudo que eu não toco,
não transformo, não crio ou recrio dentro de mim e através da minha interação (no meu
caso com minhas colegas, tutoras e professores), com um texto, um vídeo, experimento,
observação certamente não ocupará um lugar dentro de mim, pois será como
palavras ao vento, onde em um primeiro momento eu vou ouvi-las, ou até decorá-las,
mas com o tempo elas serão esquecidas.
A proposta de uma aprendizagem em rede trabalha todo o processo
descrito acima de forma libertadora, tendo em vista que ela é constituída a partir de um desejo (que no início do curso o meu era se formar pedagoga e hoje já se
tornou outro, onde sonho em sair da universidade como uma professora reflexiva e pesquisadora capaz de fazer a diferença). No meu caso posso descrever muitas situações que marcaram o meu processo de aprendizagem e a minha tomada de consciência e pertencimento a uma rede, porém
escolhi três bem distintas.
A primeira situação foi logo nos primeiros semestres quando me
foi solicitado a criação de um PBworks sobre a minha escola, onde não via muito
nexo nesta atividade, considerando por vezes, algo desagradável e trabalhoso,
porém hoje percebo que tal trabalho serviu para eu conhecer melhor a minha
escola e também compará-la com a da minha colega, onde certamente tentaria fazer um estudo sobre as realidade comparando estruturas, os métodos,
ou talvez me deteria a estudar mais afundo a minha própria escola comparando a sua
realidade e o seu PPP.
A segunda situação foi a construção do primeiro projeto em ação que sem
dúvida foi a tarefa mais difícil para eu compreender, pois no momento de construção do mesmo experimentei um
misto de sensações que iam desde a angustia até o desespero e o desanimo de
não entender o que me foi solicitado e só então que passei a perceber a rede de aprendizagem a minha volta, pois com a procura de ajuda junto aos demais grupos, percebi o quão importante era pertencer a essa tal rede que tanto se falava e como se dava a aprendizagem coletiva.
A terceira
situação foi a visualização e a reflexão sobre o meu blog e o da minha colega,
pois apesar de altos e baixos durante a realização dessa atividade, eu compreendi o que era refletir e o que era
auxiliar o outro no seu processo de aprendizagem, neste exato momento eu
intendi que a minha aprendizagem e desenvolvimento dependia não só de mim, mas
também do meu colega e do processo dele.
Enfim se eu
tivesse que definir aprendizagem em rede com as minhas palavras o faria assim:
“ Aprendizagem em rede é o processo
interacionista, no qual um grupo de pessoas contribui umas com as outras para
construir ou formar uma estrutura de conhecimento, tendo como principais focos
a liberdade, a reflexão e o comprometimento com si e com os demais”.
BARROS,
M. Livro sobre Nada. Rio de Janeiro: Editora Record, 1996.
Oi Franciele,
ResponderExcluirMuito interessante a sua definição de aprendizagem em rede, acredito que ela vem ao encontro do que vivenciamos no curso, ela é uma rede colaborativa, na qual ocorrem trocas, apoio e compartilhamentos.
Abraço, Tutora Tais