Hoje criei coragem para publicar a parte final da
postagem “Minha visão enquanto aluna”, onde mais uma vez afirmo que todos os
registros e análises foram realizados a partir da minha percepção sobre a vida acadêmica
que venho construindo até aqui.
Obs.: Passei por várias escolas entre sistema público e privado no
ensino fundamental e médio e no ensino superior passei pelas seguintes
instituições: FACOS, ULBRA, UNISSINOS, UFRGS e pôr fim à título de conhecimento
a UNIASSELVI. Para descrever s minha modificação na aprendizagem escolhi, a
ULBRA, a UFRGS e a UNIASSELVI, minha escolha se justifica por ter cursado
sempre cursos na área de humanas nestas instituições, já que nas outras
instituições os cursos envolvem a área do raciocínio lógico matemático.
No quadro abaixo pretendendo descrever o que foi
modificado no meu ser enquanto sujeito que aprende e ensina (ou possibilita
meios para a aprendizagem de seus alunos), após a passagem por estas
instituições.
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UNIASSELVI
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ULBRA
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UFRGS
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Vivências e percepções
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Os primeiros semestres
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No decorrer dos primeiros semestres me senti
absolutamente tranquila quanto ao meu desempenho ao longo dos mesmos, cujo
carinhosamente apelidei de “meu livro minha vida”. A parte mais difícil deste
modo de avaliação foi não perder o livro, pois como todos sabem sou campeã na
categoria perder coisas, por isso sempre lia todo o livro nos primeiros dias
do mês (quando os recebias) para então fazer a prova no final do mesmo, pois
caso viesse a perder já estaria tudo na MEMORIZADO. Posso afirmar que o
andamento do curso foi simples do começo ao fim.
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Também foi um processo de aprendizagem tranquilo
do começo ao fim. Meu sistema de avaliação também não trazia grandes desafios.
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Tive e ainda tenho dificuldade de me adaptar ao
processo de aprendizagem da instituição, tendo em vista que minha estrutura foi
moldada e reforçada em um sistema tradicionalmente copista. Estava acostumada
a ter minha recompensa imediata (nota) e a um sistema frequente avaliativo
(Prova e trabalhos). E tem sido muito difícil dar espaço para a construção de
um novo sistema, no qual o que se espera de mim vai além de respostas
prontas, tais como a construção de um novo pensamento.
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Meu perfil de aluna
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O meu perfil
de aluna nesta instituição não se modificou muito se comparada a minha
passagem pela ULBRA, caracterizada por uma aluna, pouco dedicada e
organizada, mas que sempre se salvou nas provas por ter uma excelente
memória.
Fui moldada através
de um modelo tradicional de ensino aprendizagem que contribuiu para que me tornasse
uma exímia copista e isso foi reforçado ao longo do curso, onde obrigatoriamente
tinha que gravar perguntas e repostas dos livros.
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O meu perfil se comparado ao do ensino médio, onde
nunca tive dificuldade em acompanhar apesar de nunca anotar nada e de ser
pouco dedicada, mais uma vez não se modificou e o que me salvava era a memória
e meu ótimo hábito de ler, ou seja, tudo que precisava era fazer a prova com
os conteúdos já memorizados e neste caso só o que me dava um certo trabalho era
organizar o que tinha lido através de fichamentos que frequentemente eram
cobrados.
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Quanto ao meu perfil de aluna
nesta instituição posso afirmar que alguns problemas quanto ao caderno e
a organização não modificaram, mas
existe algo que vem se transformando em mim, algo que não sei o nome, mas que
me faz ler um texto pensando em mim e nos meus atos, não mais a procura de
respostas de um determinado exercício. É como se agora não só a memória
funcionasse, mas um sentimento e um pensamento surgissem em algumas leituras,
por vezes, me fazendo lembrar da sala de aula ou em outros teóricos com
ideias semelhantes ou contrarias ao que estou lendo.
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O que modificou ao final ou
durante o curso
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Bem falta apenas o TCC para finalizar o curso e
posso dizer que não consigo destacar grandes diferenças em mim tendo em vista
o início e o fim do mesmo. Quanto ao meu processo profissional ainda me sinto
insegura em me auto denominar educadora especial, pois creio que não existiu
um grande avanço em critérios de construção de aprendizagem, mas ouve sim uma
evolução gigantesca referente ao processo de acesso a informação. Talvez isso
esteja ligado a minha personalidade que me faz naturalmente insegura para
tudo ou talvez exista mais pessoas se sentindo assim.
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Posso dizer que com esse curso eu não tive
grandes desenvolvimentos cognitivos, porém tendo em vista a questão social ai
sim se apresenta um desenvolvimento significativo, onde passei a viver de forma
diferenciada. Porém após formada e ao me deparar com o mercado de trabalho
posso dizer que aprendi a dar aulas com os meus alunos e me refiro a dar
(pois até então reproduzia copiosamente os métodos a mim aplicado).
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Espero que após o término do curso eu tenha a
capacidade de interagir com os mais variados objetos de aprendizagem de forma
natural e que eu consiga sempre modificar a minha prática e meu pensamento
através da interação com o mesmo, pois só assim conseguirei manter uma
relação consciente com o meu fazer pedagógico descontruindo assim a forma que
já havia instituído para dar aula.
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Nestes últimos tempo pude perceber que não existe
saber mais ou saber menos existem saberes que abordam formas cognitivas
diferentes de serem construídas tendo em vista a submissão à alguma prática
pedagógica.
Se as duas primeiras universidades se mostraram de
grande valia para desenvolver a minha estrutura de cópia e a minha memória, com
a terceira tenho aprendido a acabar com o processo de silêncio (professor fala
e o aluno escuta) instituído por uma metodologia tradicional, para construir uma
voz que dessa vez não tem medo de errar porque se utiliza deste para construir
seu novo conhecimento.
Essa voz nada mais é do que a construção da
reflexão e da tomada de consciência do que venho vivenciando, ao qual visualizo
de maneira tímida, discreta talvez ainda insignificante em meio a tantos
sistemas já assimilados e acomodados, que só agora pouco a apouco vão dando
espaço a esta nova pratica, construindo assim uma nova aluna com uma nova forma
de produzir e estruturar conhecimentos...
Olá Francieli,
ResponderExcluirQue bom perceber o quanto estás cada vez mais consciente do teu processo de formação.
A análise detalhada de teus diferentes momentos e as transformações nas forma de agir e pensar certamente além de nos ajudar a te conhecer melhor, te ajudam a aperfeiçoar a tua visão crítica.
É isto que desejamos para todos os professores em formação. Que aprendam a identificar evidências e que as usem para explicar o que desejam, apoiadas em argumentos.
Bela postagem, excelente reflexão.
E agora, o que podes nos dizer da nova professora que emergiu desta trajetória?
Patrabéns!
Bom, creio que ainda não estou pronta para classificar ou descrever esta nova professora, tendo em vista que ela ainda se mostra meio mesclada com a antiga professora que está surgindo, mas pode ter certeza que assim que me sentir à vontade ou analisá-la.
ResponderExcluirOi Franciele,
ResponderExcluirQue bela reflexão do seu processo de aprendizagem! Mesmo que de diferentes formas, você apresenta que aprendeste que conseguiste alcançar conquistas apoiadas na sua dedicação!
Que as novas experiências sirvam para qualificar a profissional que você constrói a cada dia!
Abraço, Tutora Tais