domingo, 1 de outubro de 2017

Minha visão enquanto aluna (parte 2)

Hoje criei coragem para publicar a parte final da postagem “Minha visão enquanto aluna”, onde mais uma vez afirmo que todos os registros e análises foram realizados a partir da minha percepção sobre a vida acadêmica que venho construindo até aqui.
Obs.: Passei por várias escolas entre sistema público e privado no ensino fundamental e médio e no ensino superior passei pelas seguintes instituições: FACOS, ULBRA, UNISSINOS, UFRGS e pôr fim à título de conhecimento a UNIASSELVI. Para descrever s minha modificação na aprendizagem escolhi, a ULBRA, a UFRGS e a UNIASSELVI, minha escolha se justifica por ter cursado sempre cursos na área de humanas nestas instituições, já que nas outras instituições os cursos envolvem a área do raciocínio lógico matemático.
No quadro abaixo pretendendo descrever o que foi modificado no meu ser enquanto sujeito que aprende e ensina (ou possibilita meios para a aprendizagem de seus alunos), após a passagem por estas instituições.


UNIASSELVI
ULBRA
UFRGS
Vivências e percepções



Os primeiros semestres
No decorrer dos primeiros semestres me senti absolutamente tranquila quanto ao meu desempenho ao longo dos mesmos, cujo carinhosamente apelidei de “meu livro minha vida”. A parte mais difícil deste modo de avaliação foi não perder o livro, pois como todos sabem sou campeã na categoria perder coisas, por isso sempre lia todo o livro nos primeiros dias do mês (quando os recebias) para então fazer a prova no final do mesmo, pois caso viesse a perder já estaria tudo na MEMORIZADO. Posso afirmar que o andamento do curso foi simples do começo ao fim.
Também foi um processo de aprendizagem tranquilo do começo ao fim. Meu sistema de avaliação também não trazia grandes desafios.
Tive e ainda tenho dificuldade de me adaptar ao processo de aprendizagem da instituição, tendo em vista que minha estrutura foi moldada e reforçada em um sistema tradicionalmente copista. Estava acostumada a ter minha recompensa imediata (nota) e a um sistema frequente avaliativo (Prova e trabalhos). E tem sido muito difícil dar espaço para a construção de um novo sistema, no qual o que se espera de mim vai além de respostas prontas, tais como a construção de um novo pensamento.
Meu perfil de aluna

O meu perfil de aluna nesta instituição não se modificou muito se comparada a minha passagem pela ULBRA, caracterizada por uma aluna, pouco dedicada e organizada, mas que sempre se salvou nas provas por ter uma excelente memória.
Fui moldada através de um modelo tradicional de ensino aprendizagem que contribuiu para que me tornasse uma exímia copista e isso foi reforçado ao longo do curso, onde obrigatoriamente tinha que gravar perguntas e repostas dos livros.

O meu perfil se comparado ao do ensino médio, onde nunca tive dificuldade em acompanhar apesar de nunca anotar nada e de ser pouco dedicada, mais uma vez não se modificou e o que me salvava era a memória e meu ótimo hábito de ler, ou seja, tudo que precisava era fazer a prova com os conteúdos já memorizados e neste caso só o que me dava um certo trabalho era organizar o que tinha lido através de fichamentos que frequentemente eram cobrados.


Quanto ao meu perfil de aluna nesta instituição posso afirmar que alguns problemas quanto ao caderno e a  organização não modificaram, mas existe algo que vem se transformando em mim, algo que não sei o nome, mas que me faz ler um texto pensando em mim e nos meus atos, não mais a procura de respostas de um determinado exercício. É como se agora não só a memória funcionasse, mas um sentimento e um pensamento surgissem em algumas leituras, por vezes, me fazendo lembrar da sala de aula ou em outros teóricos com ideias semelhantes ou contrarias ao que estou lendo.
O que modificou ao final ou durante o curso
Bem falta apenas o TCC para finalizar o curso e posso dizer que não consigo destacar grandes diferenças em mim tendo em vista o início e o fim do mesmo. Quanto ao meu processo profissional ainda me sinto insegura em me auto denominar educadora especial, pois creio que não existiu um grande avanço em critérios de construção de aprendizagem, mas ouve sim uma evolução gigantesca referente ao processo de acesso a informação. Talvez isso esteja ligado a minha personalidade que me faz naturalmente insegura para tudo ou talvez exista mais pessoas se sentindo assim.
Posso dizer que com esse curso eu não tive grandes desenvolvimentos cognitivos, porém tendo em vista a questão social ai sim se apresenta um desenvolvimento significativo, onde passei a viver de forma diferenciada. Porém após formada e ao me deparar com o mercado de trabalho posso dizer que aprendi a dar aulas com os meus alunos e me refiro a dar (pois até então reproduzia copiosamente os métodos a mim aplicado).
Espero que após o término do curso eu tenha a capacidade de interagir com os mais variados objetos de aprendizagem de forma natural e que eu consiga sempre modificar a minha prática e meu pensamento através da interação com o mesmo, pois só assim conseguirei manter uma relação consciente com o meu fazer pedagógico descontruindo assim a forma que já havia instituído para dar aula.

Nestes últimos tempo pude perceber que não existe saber mais ou saber menos existem saberes que abordam formas cognitivas diferentes de serem construídas tendo em vista a submissão à alguma prática pedagógica.
Se as duas primeiras universidades se mostraram de grande valia para desenvolver a minha estrutura de cópia e a minha memória, com a terceira tenho aprendido a acabar com o processo de silêncio (professor fala e o aluno escuta) instituído por uma metodologia tradicional, para construir uma voz que dessa vez não tem medo de errar porque se utiliza deste para construir seu novo conhecimento.

Essa voz nada mais é do que a construção da reflexão e da tomada de consciência do que venho vivenciando, ao qual visualizo de maneira tímida, discreta talvez ainda insignificante em meio a tantos sistemas já assimilados e acomodados, que só agora pouco a apouco vão dando espaço a esta nova pratica, construindo assim uma nova aluna com uma nova forma de produzir e estruturar conhecimentos...

3 comentários:

  1. Olá Francieli,

    Que bom perceber o quanto estás cada vez mais consciente do teu processo de formação.
    A análise detalhada de teus diferentes momentos e as transformações nas forma de agir e pensar certamente além de nos ajudar a te conhecer melhor, te ajudam a aperfeiçoar a tua visão crítica.
    É isto que desejamos para todos os professores em formação. Que aprendam a identificar evidências e que as usem para explicar o que desejam, apoiadas em argumentos.
    Bela postagem, excelente reflexão.
    E agora, o que podes nos dizer da nova professora que emergiu desta trajetória?
    Patrabéns!

    ResponderExcluir
  2. Bom, creio que ainda não estou pronta para classificar ou descrever esta nova professora, tendo em vista que ela ainda se mostra meio mesclada com a antiga professora que está surgindo, mas pode ter certeza que assim que me sentir à vontade ou analisá-la.

    ResponderExcluir
  3. Oi Franciele,
    Que bela reflexão do seu processo de aprendizagem! Mesmo que de diferentes formas, você apresenta que aprendeste que conseguiste alcançar conquistas apoiadas na sua dedicação!
    Que as novas experiências sirvam para qualificar a profissional que você constrói a cada dia!
    Abraço, Tutora Tais

    ResponderExcluir