Bom, realizando o trabalho de
campo de EJA, onde a minha parte era apenas as observações das aulas, pude rever
a imagem que tinha da EJA.
Os primeiros contatos que eu tive
com essa modalidade de ensino foram em Gravataí e em Cidreira, onde ambas possuíam
uma realidade bem complexa e de extrema violência, o que me provocou de certo
modo uma repulsa por esta modalidade, ressalto que nunca atuei como professora
e sim apenas como coordenadora e no caso de Cidreira auxiliando uma amiga com a
supervisão, pois bem após estes dois contatos traumáticos e não realizei mais nenhuma
visita a esta modalidade.
Com a interdisciplina de EJA e a
proposta de trabalho a campo, pude perceber e me encantar com uma terceira
realidade, onde havia uma pequena turma, com um perfil completamente diferente
e que apesar de alguns alunos terem muita dificuldade me trouxe um sentimento
de importância, de mudança, de sonha, aflorando algo que já não via na educação
a muito tempo.
Conversando com um aluno e vendo
como a aprendizagem do processo da leitura e escrita modificou o seu contexto,
pude realmente visualizar a educação como um ato político tão descrito nos
livros de Paulo Freire é como se tudo fizesse sentido.
Enfim neste contexto me descobri e
consegui significar a frase de Paulo Freire, onde ele nos diz que o
conhecimento de mundo precede o conhecimento da palavra e na EJA ficou tão mais
fácil de ver esta aplicabilidade, ficou tão mais fácil dizer que vou a feira
nos problemas de matemática quando você realmente vai a feira e se imagina em tão situação.
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