A professora do primeiro ano já havia trabalhado a questão
da dezena e unidade, porém sentia que não havia ficado claro para os alunos o
que era uma dezena e o que era uma unidade, portanto estou aproveitando que
estou ficando sozinha com a turma e decidi voltar alguns conceitos.
O Jogo que preparei funciona da seguinte maneira:
Material:
Palitos de Picolé
Um dado (fiz com caixa de leite)
Ações do jogo
1) Sentamos em círculos e realizamos ou confirmamos nosso
combinados sociais (não brigar, saber esperar, ouvir o colega e etc.)
2) Primeira rodada: Os jogadores jogaram os dados e
pegaram o números de palitos correspondente ao que foi sorteado.
3) Segunda rodada: Os alunos jogaram os dados, pegaram o número
de palitos correspondente e somaram com os que já possuíam, se o educando forma-se uma dezena, deveria envolver os mesmos com o atilho.
4) As rodadas vão seguir até que algum aluno tenha formado duas dezenas.
5) Importante: A partir da segunda rodada o professor indagou a cada aluno a sua quantidade de palitos, quantos palitos conquistou
naquela rodada, se forma uma dezena e se sobra alguma unidade.
Bom o jogo transcorreu melhor do que o esperado, mas o que
me chamou a atenção é como a todo momento o grupo se apoiou para construir o
jogo, auxiliando uns aos outros seja na questão da soma ou na contagem para
constituir a dezena. No decorrer do jogo um aluno me falou:
-Prof. olha o que eu descobri se eu colar os 4 palitos da
primeira rodada e depois colocar os 6 palitos da segunda rodada vai dar 10 palitos, mas
se eu colocar primeiro os 6 palitos da segunda rodada e depois colocar os 4 da primeira
também vai dar 10.
-O que você achou disso?
-Achei muito legal prof.
Tendo em vista este contexto pude perceber que não só o
objetivo deles visualizarem o que é uma dezena e o que é uma unidade foi
vencido, mas também foi trabalhado a constituição dos números.
Creio que apesar de ter ficado sem voz, o dia foi bem
proveitoso, tendo em vista a questão da construção do conhecimento.
Olá, Franciele. Proporcionar momentos de aprendizagem estimulando a curiosidade, a construção do conhecimento, a superação da dificuldade faz toda a diferença, em especial nas séries iniciais e suas particularidades cognitivas na aquisição do conhecimento. Que observações você faz entre o fazer pedagógico ilustrado nesta postagem e o fazer pedagógico onde o número é apresentado de forma abstrata?
ResponderExcluirSimone, o número na verdade apresenta inúmeros segredos que devem ser desvendados a cada ano, eu sou basicamente apaixonada por números e fui alfabetizada por uma professora que me vez perceber que o segredo de cada número é que eles não existem isoladamente e que também não se resumem a uma fila cujo a ordem pode seguir de forma crescente ou decrescente, existe na verdade em cada número algo muito peculiar e original, onde apesar de compreende-los muito bem eu jamais conseguirei transmitir para o meu aluno a sensação que foi construí-lo e entendê-lo em todos seus aspectos, acredito que para uma criança consiga compreender esse processo ela deve interagir com o número, pensar e se surpreender com o mesmo exatamente como foi feito no relato acima, pois um aluno que desvenda os segredos dos números desde os primórdios de sua alfabetização, certamente será um aluno que não terá medo da matemática.
ExcluirPode ser ousadia de minha parte, mas eu não acredito que o ensino da matemática ocorra apenas de forma abstrata, se o aluno aprendeu desta forma, pode ter certeza que existe algo no seu cotidiano que fez com que ele relacionasse com tal aula, por exemplo eu ensinando os números para meus alunos incentivando eles a copiar e ordenar mil vezes os números até seis, provavelmente vai ter alguma criança que vai relacionar o símbolo rapidamente com os seus dedinhos que foram aumentando ano após ano, aniversário após aniversário.
Se o ensino da Matemática não ocorre somente da forma abstrata, como você definiria a(s) outra(s) forma(s), o que fundamenta tais práticas, em que diferem?
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