segunda-feira, 16 de abril de 2018

Leituras


O hábito de ler sempre foi algo muito presente ao longo da minha vida, desde que aprendi a ler eu simplesmente devorava livros e apesar de ser uma péssima aluna no quesito disciplina eu era ótima em absorver os conteúdos solicitados pelas professora demonstrando saber realizar muito bem as provas e questionários pedidos.
Com o passar do tempo a leitura me seguiu até a faculdade onde eu não era a melhor aluna novamente em sentar e ouvir, porém nunca tive notas abaixo de oito, tudo isso graças a famosa leitura que esta transada juntamente a minha personalidade acadêmica, porém após formada e trabalhando 40h por vezes até 60 horas eu acabei perdendo esse hábito que era tão natural no meu cotidiano.
Após entrar no Pead fiquei por um certo tempo lutando contra um sistema de aprendizagem ao qual não estava familiarizada já que havia sido doutrina por outro sistema ao qual eu acreditava ser algo bom, só após muito tempo e passando finalmente a trabalhar somente 40h é que eu pude perceber o quão é importante um sistema educacional construído através de um fundamento de criação crítica, ou seja, não se educa para ser igual, mas para se fazer a diferença e ser diferente, para pensar por conta própria, somente com esta consciência é que aos poucos eu voltei a ler e mais importante que isso, ler com olhos de pesquisadora e não mais como um processo mecanizado de memorização para uma definição.
Algumas pessoas devem estar se perguntando, mas pesquisadora do que? E eu lhes respondo prontamente que hoje me tornei observadora e pesquisadora do meu próprio eu, da minha própria realidade e o mais importante da minha própria prática.

domingo, 8 de abril de 2018

Reflexões sobre a sociedade


Ler sobre a EJA me fez pensar em como vivemos em uma sociedade marcada pelo preconceito, onde certos biótipos foram historicamente ignorados/marginalizados pela elite da sociedade e como seus descentes encontram-se ainda colhendo as consequenciais de todos estes fatos históricos.
                Refletindo sobre os textos e um livro que li recentemente de Hannah Arendt, percebi que tal temática de marginalização da sociedade vem sendo abordada a décadas, porém o funcionamento da sociedade em nada se modificou, ou seja, muito se pensou, se falou mas pouco se fez.
                O livro “A banalidade do mal” de Hannah é feito pensando no governo de Hitler, porém fiquei interpretando sua teoria e vi que em muitos aspectos ela se encaixa perfeitamente na situação do Brasil, porém neste segundo com outra frente de violência (se é que existe categorias de violências)
                Por exemplo, em seu livro Hannah Arendt descreve as pessoas envolvidas no nazismos tanto como vítimas quanto como culpadas por deixar o sistema corrompe-las, pegando a série de exemplos que ela deu percebi que os assaltantes que vivem no Brasil eles podem também se encaixar neste perfil de vítima e agressor ao mesmo tempo, porém aqui eles não foram iludidos por um sistema, mas ignorado pelo mesmo.
                Segundo ponto que achei interessante na obra é que ela fala que todos eram peças de uma grande engrenagem, ou seja, se matar um nazista outro viria e assumiria aquele posto transformando o antigo integrante em um mero número, o mesmo podemos perceber com os assaltantes e os assaltados, por mais que a polícia venha a prender ou matar um assaltante a sociedade está sempre trabalhando na produção de mais alguém que estará disposto a assumir aquele lugar, criando assim um ciclo vicioso que só poderá ser quebrado com políticas públicas em especial escolas que estejam preparadas e empenhadas em trazer este sujeito marginalizado para uma sociedade onde as portas de oportunidades estarão abertas.
                Terceiro princípio que Hannah fala em seu livro é a questão do senso comum, onde ela coloca que para o nazismo existir não ouve apenas um culpado, apesar de Hitler ter cooperado em grande parte para que tal fato ocorresse, houveram sim uma população inteira que se deixou dominar e acatou o sistema, deixando de ver os judeus como seus irmãos, como seres humanos chegando a perseguir e dizimar toda uma população por conta de princípios que talvez nem fossem deles ou pensado por eles.
                O que pensei é que na verdade a culpa do Brasil estar do modo que está é de toda a sociedade sem exceções, que vê governantes negando o básico para milhões de pessoas, que vê tudo que ocorre na favela, mas que se mostra incapaz de se mobilizar contra tal ato, solicitando um sistema público de qualidade e atuante.
                E por fim o último princípio é a consciência que muitos alemães não possuíam sobre seu sistema e sobre o que realmente estava acontecendo, tornando-se completamente alienados na mão de um poder tirano.
                Bom apesar de não ser bem o governo que promove este golpe de alienação entre os brasileiros, isso infelizmente ocorre com o nosso povo que se mostra incapaz de lutar contra a maré de informações e mostrar que não precisa da mídia para traçar os perfis perfeitos ou o que é ou não consumível.
                Enfim diante do livro e dos textos da EJA percebi que essa modalidade de ensino veio para tentar reparar um contexto histórico de marginalização, mas ai confesso ficar me indagando como esta fará para reparar o que vem ocorrendo agora na sociedade, pois não é só uma carga histórica é muito mais que isso, esse nível de educação tem reparar todo um sistema podre que insiste em não garantir direitos básicos dos cidadãos que se diferem daquele perfil dito ideal, como a EJA vai fazer seu educando pensar sobre um sistema que não funciona e pior sem a ajuda do poder público.
                Creio que a única solução para tudo isso é o tão famoso dialogo proposto pelo nosso saudosíssimo Paulo Freire, dialogo esse capaz de fazer com que seu sujeito comece indagando-se sobre a sua realidade primeiramente e por fim sobre a realidade que está inserido, pois melhor que a codificação da leitura, só mesmo a sua aplicação no mundo.

domingo, 1 de abril de 2018

Aula de seminário


Na última aula de Seminário nos foi questionado porque ainda existia muitas pessoas que não haviam postado nada em seus blog, durante este movimento o professor nos solicitava uma reflexão e acima de tudo uma resposta. Num primeiro momento não tentei informar que havia postado ou deixado de postar, apenas fiquei pensando nos semestres iniciais, onde tive grande dificuldade de manter tudo em dia não só o blog como também as atividades. E por um longo tempo eu acreditei que a minha dificuldade se dava pelo excesso de carga de trabalho, porém hoje percebo que não foi só isso, apesar de ter contribuído o trabalho foi apenas um fator, junto a ele tinha a questão do cansaço e do desanimo que por vezes me dominava.
A algum tempo decidi colocar prioridades no meu estilo de vida e isso fez com que eu tivesse que tomar muitas decisões difíceis, onde tive que tirar da minha vida coisas que estavam atrapalhando no meu desenvolvimento não só como aluna, mas também como pessoa.
                Uma vez alguém me falou que neste curso o aluno estava sendo avaliado como um todo e que ao final dele o TCC até contaria, mas o desenvolvimento deste aluno seria o fator decisivo e isso vem bem de encontro com os ideais estudados sobre avaliação em algum dos nossos semestres anteriores, onde Jussara Hoffmann nos dizia:                         
                             
            
           “A visão do educador/ avaliador ultrapassa a concepção de alguém que, simplesmente observa se o aluno acompanhou o processo e alcançou resultados esperados, na direção de um educador que propõe ações diversificadas e investiga justamente, o inesperado, o inusitado, o que se transformou.”


Enfim, eu espero que no final eu possa falar que tudo que vi, que passei tenha valido a pena e que realmente o meu processo de avaliação demonstre que fiz as escolhas certas me mostrando assim o quanto eu me transformei e o quanto o meu processo de desenvolvimento se mostrou inesperado, inusitado, investigador e acima de tudo reflexivo.


Referências

HOFFMANN, Jussara.Avaliar para promover. 2 ed. Porto Alegre: mediação, 2001