segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Matemática

Pensando ontem para responder uma indagação da tutora, fiquei pensando em como se deu ou dá a minha relação com os números, bem como todos sabem sempre fui uma aluna relapsa com a escola, mas que possuía excelente notas.
Quando sai do ensino médio minha família gostaria muito que eu realizasse o curso de engenharia civil ou medicina, mas por ser teimosa acabei fazendo história. Confesso que hoje certamente faria matemática, pois é uma disciplina que gosto muito e que se tornou um hobby que me traz a sensação de relaxamento, por incrível que pareça meu passatempo favorito é fazer desafios matemáticos, creio que essa paixão iniciou-se ainda nos anos iniciais com a minha professora que além de alfabetizadora era também uma ótima matemática e me ensinou a enxergar o número em tudo que eu fazia, lembro-me que ela trabalhou conosco uma música da dupla Sandy e Junior que se chamava “Não somos números”, posso dizer que quando preciso muito desviar minha mente do dia-a-dia, os cálculos me ajudam, confesso que ainda guardo livros de cálculo I e Álgebra para fazer nas horas livres.
 Tudo que eu queria é um dia conseguir passar para os meus alunos o quão simples é a matemática e o quanto essa pode ser divertida.

Referências

A música ainda existe por incrível que pareça: https://www.youtube.com/watch?v=hw5jK4cdf6k

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A execução do jogo de matemática



A professora do primeiro ano já havia trabalhado a questão da dezena e unidade, porém sentia que não havia ficado claro para os alunos o que era uma dezena e o que era uma unidade, portanto estou aproveitando que estou ficando sozinha com a turma e decidi voltar alguns conceitos.
O Jogo que preparei funciona da seguinte maneira:

Material:

Atilho
Palitos de Picolé
Um dado (fiz com caixa de leite)

Ações do jogo

1) Sentamos em círculos e realizamos ou confirmamos nosso combinados sociais (não brigar, saber esperar, ouvir o colega e etc.)
2) Primeira rodada: Os jogadores jogaram os dados e pegaram o números de palitos correspondente ao que foi sorteado.
3) Segunda rodada: Os alunos jogaram os dados, pegaram o número de palitos correspondente e somaram com os que já possuíam, se o educando  forma-se uma dezena, deveria envolver os mesmos com o atilho.
4) As rodadas vão seguir até que algum aluno tenha formado duas dezenas.
5) Importante: A partir da segunda rodada o professor indagou a cada aluno a sua quantidade de palitos, quantos palitos conquistou naquela rodada, se forma uma dezena e se sobra alguma unidade.
Bom o jogo transcorreu melhor do que o esperado, mas o que me chamou a atenção é como a todo momento o grupo se apoiou para construir o jogo, auxiliando uns aos outros seja na questão da soma ou na contagem para constituir a dezena. No decorrer do jogo um aluno me falou:
-Prof. olha o que eu descobri se eu colar os 4 palitos da primeira rodada e depois colocar os 6 palitos da segunda rodada vai dar 10 palitos, mas se eu colocar primeiro os 6 palitos da segunda rodada e depois colocar os 4 da primeira também vai dar 10.
-O que você achou disso?
-Achei muito legal prof.
Tendo em vista este contexto pude perceber que não só o objetivo deles visualizarem o que é uma dezena e o que é uma unidade foi vencido, mas também foi trabalhado a constituição dos números.

Creio que apesar de ter ficado sem voz, o dia foi bem proveitoso, tendo em vista a questão da construção do conhecimento.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Matemática


Hoje foi o dia que bateu o desanimo de fazer as atividades, apesar de manter uma mente atenta para o processo de aprendizagem dos meus alunos, sinto-me exausta em chegar em casa e refletir sobre o meu processo de aprendizagem, já que finalmente agora tenho consciência do que esta ocorrendo na minha volta.
Bom analisando o dia de hoje, onde a professora e eu introduzimos a questão de dezena e unidades com os nossos alunos do primeiro ano da maneira planejada pela professora, onde eu deveria me deter ao meu educando especial, houveram tentativas de uma construção significativa do numero,onde por vezes, lembrei do professor da disciplina de matemática que nos falava que deveríamos construir o número com nossos alunos de maneira lúdica afim de proporcionar espaço para que ele se aproprie de tal conhecimento.
No decorrer das atividades proposta pela professora percebi que existe algo faltando para alguns alunos, existia na verdade a falta deles manusear estes números afim de construí-los mentalmente e fisicamente afim de dominar tal conteúdo. Tendo em vista a minha observação e que ficarei sozinha com ele alguns dias, decidi construir um jogo que faça com que eles interajam com a sua construção do conhecimento, tomando para si o fazer pedagógico.
Creio que ficou de bom tom os preparativos do jogo, mas o resultado (Aprender) só saberemos amanhã.

sábado, 21 de outubro de 2017

Construção, bonecas e vivências

Se eu tivesse um encontro comigo antes de iniciar este semestre, certamente deixaria claro que eu deveria me preparar para mais um processo de desconstrução, pois sem dúvida o objetivo deste semestre foi criar uma rede de disciplinas capaz de fazer com que as educandas reflitam sobre si, sobre seus “Pré” conceitos e sobre a sua prática.
Hoje no meio de mais um semestre me enxergo como uma bonequinha feita de legos que foi desconstruída (através de textos e vídeos) até sobrar apenas os sapatinhos e vem sendo novamente construída, porém agora com outra roupa, outra laço na cabeça, mas acima de tudo outros olhos e outra mentalidade.
As disciplinas de Inclusão e de Étnicos-raciais proporcionaram uma intensa revisão de conceitos, que me fizeram perceber que como profissional da educação devo frequentemente retomar minhas atitudes e me questionar como e porque cheguei a certa conclusão.
Desde meu primeiro emprego como professora sempre tive alunos autistas em minha turma e mais uma vez ao voltar para sala de aula recebo de presente (o melhor desse ano) mais um aluno com tal característica, que não sei porque me identifico muito, mas além deste recebi um aluno com Síndrome de Down e neste momento me senti perdida, porém ao escutar conselhos de alguns colegas  recebi as seguintes frases:
- Não se preocupa crianças com Down são felizes e não dão trabalho.
-Nossa pode ter certeza que ele vai ser muito mais sociável.
Não encontrei nada nem perto disso e agora após a leitura da disciplina de inclusão percebi que tais falas, são na verdade parte dos famosos entraves de “ser ou então” trazidos pela autora Lígia Assumpção Amaral, onde a mesma nós diz que temos o vício de achar que por conta de conhecermos uma pessoa com tal deficiência que possui uma determinada característica se cria a ilusão (seja ela construída por mitos ou pela mídia) que todos os outros com tal deficiência também vão ter a mesma característica. No meu caso aprendi com a vivência que isso não se aplica de fato, temos que ter em vista que cada sujeito é único e que possuem formas diferentes de pensar independente de ter ou não alguma deficiência, no meu caso somente depois de três a quatro meses e que eu e meu aluno conseguimos estabelecer uma relação, desconstruindo o que muitos pensavam sobre os Downs na escola, onde por vezes, tenho que escutar:
-Nunca vi um Down tão bravo, tão mal humorado.

Mas a verdade é que só eu sei o quão especial este menino é, onde a cada dia ele vem demonstrando que além de uma personalidade forte e do fato de não ser muito social ele possui um imenso amor e carinho, por vezes, entre uma aula e outra me pego rindo sozinha com as artimanhas que o mesmo faz para não realizar certos trabalho, ou com as pequenas conquistas que venho acompanhando, onde percebo que meu pequeno está crescendo como todos os outros.




Referência:
AMARAL, Lígia Assumpção. Sobre crocodilos e avestruzes: falando das diferenças físicas, preconceitos e superação. In: AQUINO, Julio Groppa (org.). Diferenças e preconceitos na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998, p. 11-30.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

SALÃO DE INICIAÇÃO UFRGS




      O Salão de Iniciação Científica XXIX da UFRGS, representa um espaço de socialização de pesquisas envolvendo estudantes de diferentes áreas de conhecimento. O Salão busca proporcionar ao aluno, orientado por um professor/pesquisador, a exposição de suas aprendizagens e dos métodos e técnicas de pesquisa utilizados por estes no decorrer de seus cursos, bem como estimular o desenvolvimento do pensar cientificamente e da criatividade, o que vem bem de encontro com a proposta do pead, que instiga a criação de um aluno pesquisador, crítico, reflexivo e criativo que luta para transformar a educação.
Refleti muito antes de escrever sobre a minha experiência no Salão, ao qual defino como boa, alertadora e comprobatória de um pensamento que já vinha analisando a alguns meses.
Vamos aos fatos, no início da escrita do resumo assumo que não vivenciei algo muito novo, tendo em vista que já precisei realizar tal produção em um tempo tão, tão distante, porém serviu para me mostrar o quão enferrujada estou para tal atividade, sorte ter uma colega que pensa muito e que me lembrou que nós poderíamos recorrer à alguma de nossas  Profs, porém tendo em vista o que viria confesso que esta foi a tarefa mais fácil.
Eis que lendo o regulamente surge a notícia que teríamos que apresentar tal resumo, através de slides, onde durante a construção dos mesmos surgiram algumas dúvidas quanto ao como e o que colocar na apresentação.
Posso dizer que foi uma experiência boa no sentido que conseguimos apresentar sem grandes problemas,  tudo o que estava planejado construindo a mensagem que gostaríamos de retratar, ou seja, quanto a apresentação e a base que nosso curso fornece ao seu educando, tendo em vista a teoria construtivista e a visão de mundo segundo Paulo Freire.
No entanto tal experiência foi também alertadora em dois sentidos:
O primeiro referente a constituição de slides, onde observei nos demais trabalhos a questão de gráficos e imagens, como ferramentas para a construção e afirmação de uma determinada teoria ou apresentação, ao qual, pretendo aderir em uma próxima vez.
A segunda é que o curso do PEAD não construiu uma imagem límpida  ainda diante de outros profissionais da sua própria universidade, a sensação que obtive de uma das avaliadoras é que ela não compreendia a proposta do curso, mas acima de tudo possuía uma grande resistência quanto ao entendimento do mesmo, comprovando o preconceito aliado aos cursos de eads que já vinha analisando.
Senti isso desde o início da apresentação, mas tal sensação só se confirmou quando a mesma fez seus questionamentos, onde em um deles ela apresenta a seguinte questão:
O curso de vocês possui estágio ou proporciona contato com alunos?
Tendo em vista tal questionamento eu poderia ter mandado ela ler a LDB (a partir do Art. 80), porém tentei explicar de forma clara e tranquila que o nosso curso ele é organizado em um formato, onde os licenciandos tem contato integral com os alunos e com o contexto docênte, tendo em vista o seu processo seletivo, mas infelizmente fui interrompida para apenas falar sim ou não, na qual minha resposta se resumiu em: - sim, nós temos estágios e temos contato com alunos.
A verdade é que muito me vi no olhar dessa senhora, um olhar que apresentava desconfiança, estranhamento e até uma certa dúvida quanto ao profissional que sairá formado por este curso no que diz respeito a qualidade, onde posso afirmar que se eu que estou vivenciando este processo levei um tempo para que compreender a forma única como este curso está estruturado, imagina para uma pessoa de fora que está enrijecida por seus “pré-conceitos” ou concepções, posso afirmar que tal entendimento se torna algo fora do comum, beirando ao abismo da impossibilidade.
Enfim percebi que o curso vai ter que produzir muito para mostrar seu valor, só não sei o que fazer para contribuir para esse processo.




Referências:



quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Aprendizagem em rede

Após o comentário do Professor Crediné, no qual, o mesmo me estimula a tentar tecer uma discussão sobre aprendizagem em rede, passei a pensar não só neste quesito, mas nas condições que devemos ter para construir tal rede.
Confesso que num primeiro momento me surgiu uma dúvida quanto ao conceito de comunidade de aprendizagem e de rede de aprendizagem. Acredito que na primeira modalidade a construção da aprendizagem se dá principalmente através do mundo virtual, porém constituída através de uma estrutura formal, apesar de ser organizada horizontalmente (onde todos se mostram responsáveis pela construção de um determinado conhecimento), já na segunda apesar de também ser organizada de forma horizontal, se mostra estruturada mais informalmente, podendo ser construída tanto através do mundo virtual quanto presencial, estimulando assim a experimentação, a vivência, a observação e a reflexão sobre o processo que todos da rede vêm constituindo.
 Para iniciar o texto, no entanto, gostaria inicialmente apenas de trazer o foco para a palavra aprendizagem, onde desvincularemos tal palavra dos conceitos de ensinar e conteúdo, pois para constituir uma rede de aprendizagem  o professor tem que ter em mente que ele não ensina, muito menos soca conteúdo em seu aluno, pois para iniciar uma rede o professor deve abrir mão de seu papel, saindo do pilar “saber fazer”, onde o mesmo mostra ou reproduz o que aprendeu ou sabe fazer e passa para o pilar “saber ser”, onde ele vai se mostrar capaz de saber ser um mediador entre o seu aluno e as informações que este necessita, dando suporte para que ele construa e transforme o seu próprio conhecimento, isto é, eu não vou ensinar o meu aluno a subir em árvore, apenas desenhando ou mostrando a imagem de alguém em cima de uma árvore, mas sim vou estimulá-lo a conquistar esta experiência levando-lhe até uma árvore real, provocando o mesmo à construir hipóteses de como subir .
Pelo que venho estudando no Pead e observando nas escolas o primeiro professor descrito (o que sabe fazer) está com seus dias contatos, tendo em vista que existe uma preocupação cada vez maior em formar professores consciente do processo de ensino aprendizagem e o quão importante é a experimentação, observação e reflexão na construção de uma estrutura cognitiva.
Como diria Manoel de Barros “tudo que não invento é falso”, ou seja, tudo que eu não toco, não transformo, não crio ou recrio dentro de mim e através da minha interação (no meu caso com minhas colegas, tutoras e professores), com um texto, um vídeo, experimento, observação certamente não ocupará um lugar dentro de mim, pois será como palavras ao vento, onde em um primeiro momento eu vou ouvi-las, ou até decorá-las, mas com o tempo elas serão esquecidas.
A proposta de uma aprendizagem em rede trabalha todo o processo descrito acima de forma libertadora, tendo em vista que ela é constituída a partir de um desejo (que no início do curso o meu era se formar pedagoga e hoje já se tornou outro, onde sonho em sair da universidade como uma professora reflexiva e pesquisadora capaz de fazer a diferença). No meu caso posso descrever muitas situações que marcaram o meu processo de aprendizagem e a minha tomada de consciência e pertencimento a uma rede, porém escolhi três bem distintas.
A primeira situação foi logo nos primeiros semestres quando me foi solicitado a criação de um PBworks sobre a minha escola, onde não via muito nexo nesta atividade, considerando por vezes, algo desagradável e trabalhoso, porém hoje percebo que tal trabalho serviu para eu conhecer melhor a minha escola e também compará-la com a da minha colega, onde certamente tentaria fazer um estudo sobre as realidade comparando estruturas, os métodos, ou talvez me deteria a estudar mais afundo a minha própria escola comparando a sua realidade e o seu PPP.
A segunda situação foi a construção do primeiro projeto em ação que sem dúvida foi a tarefa mais difícil para eu compreender, pois no momento de construção do mesmo experimentei um misto de sensações que iam desde a angustia até o desespero e o desanimo de não entender o que me foi solicitado e só então que passei a perceber a rede de aprendizagem a minha volta, pois com a  procura de ajuda junto aos demais grupos, percebi o quão importante era pertencer a essa tal rede que tanto se falava e como se dava a aprendizagem coletiva.
            A terceira situação foi a visualização e a reflexão sobre o meu blog e o da minha colega, pois apesar de altos e baixos durante a realização dessa atividade, eu compreendi o que era refletir e o que era auxiliar o outro no seu processo de aprendizagem, neste exato momento eu intendi que a minha aprendizagem e desenvolvimento dependia não só de mim, mas também do meu colega e do processo dele.
            Enfim se eu tivesse que definir aprendizagem em rede com as minhas palavras o faria assim:
            “ Aprendizagem em rede é o processo interacionista, no qual um grupo de pessoas contribui umas com as outras para construir ou formar uma estrutura de conhecimento, tendo como principais focos a liberdade, a reflexão e o comprometimento com si e com os demais”.


 BARROS, M. Livro sobre Nada. Rio de Janeiro: Editora Record, 1996.

Os resquícios de alguns questionamentos

No início deste ano questionei o professor Crediné a respeito de várias questões que me deixaram intrigada  sobre o nosso curso, tais como:

*Porque tantos colegas desistiram do curso?
* Será que essa desistência teria algo haver com a metodologia utilizada?
*O que inspira nossa metodologia? E qual seu intuito?
*Quais os pontos fortes e fracos desse tipo de metodologia?
*No que este curso se diferencia de outro EAD?
*O que trará de benefício após o curso? Professor reflexivo será?
*O pacto tem alguma proximidade metodológica com o pead?
*O que é essa rede de ensino que estamos construindo? Será que ela vai acontecer mesmo após o término do curso?
*Se criarmos um app com ferramentas simples (encontros, curso, o que estamos fazendo na sala de aula) conectando as atuais alunas umas as outras esta rede de aprendizagem será capaz de resistir ao término do curso?
* O que aconteceu com as outras pessoas que já finalizaram o pead?
 *Paulo freire e pead como fazer uma relação estruturante?
* O que esse sistema avaliativo nos proporciona?
*Quais aprendizagem obtida por esse curso que se difere de outros que já tive contato?

Bom essas foram algumas dúvidas que infernizei a vida do Crediné para saber, mas como tudo nesse curso, ele não me deu respostas prontas, então tive que pensar em um jeito de resolver tais questões.
A primeira atitude que tomei foi me matricular em outro curso EAD, porém em uma instituição diferente e que após 10 meses de curso, faltando apenas dois para terminar o mesmo pude fazer o comparativo que respondeu muitas destas questões (como vocês podem observar nas postagens "minha visão de aluna parte 1 e 2"), mas ainda faltam alguns tópicos, por conta disso me inscrevi no Pacto, ao qual postarei a relação entre os dois no final do semestre ou ano.
A minha segunda atitude foi ler muito e nesse ponto a disciplina de psicologia veio muito a encontro do que precisava, pois me proporcionou boas bases, claro que pesquisei em outro lugares, mas o importante é que consegui finalmente eliminar algumas questões.
Tendo em vista tais, o meu terceiro passo será montar uma ferramenta digital com alguns amigos temos algo em mente, mas está bem complicado de conseguirmos sentar e discutir.

domingo, 1 de outubro de 2017

Minha visão enquanto aluna (parte 2)

Hoje criei coragem para publicar a parte final da postagem “Minha visão enquanto aluna”, onde mais uma vez afirmo que todos os registros e análises foram realizados a partir da minha percepção sobre a vida acadêmica que venho construindo até aqui.
Obs.: Passei por várias escolas entre sistema público e privado no ensino fundamental e médio e no ensino superior passei pelas seguintes instituições: FACOS, ULBRA, UNISSINOS, UFRGS e pôr fim à título de conhecimento a UNIASSELVI. Para descrever s minha modificação na aprendizagem escolhi, a ULBRA, a UFRGS e a UNIASSELVI, minha escolha se justifica por ter cursado sempre cursos na área de humanas nestas instituições, já que nas outras instituições os cursos envolvem a área do raciocínio lógico matemático.
No quadro abaixo pretendendo descrever o que foi modificado no meu ser enquanto sujeito que aprende e ensina (ou possibilita meios para a aprendizagem de seus alunos), após a passagem por estas instituições.


UNIASSELVI
ULBRA
UFRGS
Vivências e percepções



Os primeiros semestres
No decorrer dos primeiros semestres me senti absolutamente tranquila quanto ao meu desempenho ao longo dos mesmos, cujo carinhosamente apelidei de “meu livro minha vida”. A parte mais difícil deste modo de avaliação foi não perder o livro, pois como todos sabem sou campeã na categoria perder coisas, por isso sempre lia todo o livro nos primeiros dias do mês (quando os recebias) para então fazer a prova no final do mesmo, pois caso viesse a perder já estaria tudo na MEMORIZADO. Posso afirmar que o andamento do curso foi simples do começo ao fim.
Também foi um processo de aprendizagem tranquilo do começo ao fim. Meu sistema de avaliação também não trazia grandes desafios.
Tive e ainda tenho dificuldade de me adaptar ao processo de aprendizagem da instituição, tendo em vista que minha estrutura foi moldada e reforçada em um sistema tradicionalmente copista. Estava acostumada a ter minha recompensa imediata (nota) e a um sistema frequente avaliativo (Prova e trabalhos). E tem sido muito difícil dar espaço para a construção de um novo sistema, no qual o que se espera de mim vai além de respostas prontas, tais como a construção de um novo pensamento.
Meu perfil de aluna

O meu perfil de aluna nesta instituição não se modificou muito se comparada a minha passagem pela ULBRA, caracterizada por uma aluna, pouco dedicada e organizada, mas que sempre se salvou nas provas por ter uma excelente memória.
Fui moldada através de um modelo tradicional de ensino aprendizagem que contribuiu para que me tornasse uma exímia copista e isso foi reforçado ao longo do curso, onde obrigatoriamente tinha que gravar perguntas e repostas dos livros.

O meu perfil se comparado ao do ensino médio, onde nunca tive dificuldade em acompanhar apesar de nunca anotar nada e de ser pouco dedicada, mais uma vez não se modificou e o que me salvava era a memória e meu ótimo hábito de ler, ou seja, tudo que precisava era fazer a prova com os conteúdos já memorizados e neste caso só o que me dava um certo trabalho era organizar o que tinha lido através de fichamentos que frequentemente eram cobrados.


Quanto ao meu perfil de aluna nesta instituição posso afirmar que alguns problemas quanto ao caderno e a  organização não modificaram, mas existe algo que vem se transformando em mim, algo que não sei o nome, mas que me faz ler um texto pensando em mim e nos meus atos, não mais a procura de respostas de um determinado exercício. É como se agora não só a memória funcionasse, mas um sentimento e um pensamento surgissem em algumas leituras, por vezes, me fazendo lembrar da sala de aula ou em outros teóricos com ideias semelhantes ou contrarias ao que estou lendo.
O que modificou ao final ou durante o curso
Bem falta apenas o TCC para finalizar o curso e posso dizer que não consigo destacar grandes diferenças em mim tendo em vista o início e o fim do mesmo. Quanto ao meu processo profissional ainda me sinto insegura em me auto denominar educadora especial, pois creio que não existiu um grande avanço em critérios de construção de aprendizagem, mas ouve sim uma evolução gigantesca referente ao processo de acesso a informação. Talvez isso esteja ligado a minha personalidade que me faz naturalmente insegura para tudo ou talvez exista mais pessoas se sentindo assim.
Posso dizer que com esse curso eu não tive grandes desenvolvimentos cognitivos, porém tendo em vista a questão social ai sim se apresenta um desenvolvimento significativo, onde passei a viver de forma diferenciada. Porém após formada e ao me deparar com o mercado de trabalho posso dizer que aprendi a dar aulas com os meus alunos e me refiro a dar (pois até então reproduzia copiosamente os métodos a mim aplicado).
Espero que após o término do curso eu tenha a capacidade de interagir com os mais variados objetos de aprendizagem de forma natural e que eu consiga sempre modificar a minha prática e meu pensamento através da interação com o mesmo, pois só assim conseguirei manter uma relação consciente com o meu fazer pedagógico descontruindo assim a forma que já havia instituído para dar aula.

Nestes últimos tempo pude perceber que não existe saber mais ou saber menos existem saberes que abordam formas cognitivas diferentes de serem construídas tendo em vista a submissão à alguma prática pedagógica.
Se as duas primeiras universidades se mostraram de grande valia para desenvolver a minha estrutura de cópia e a minha memória, com a terceira tenho aprendido a acabar com o processo de silêncio (professor fala e o aluno escuta) instituído por uma metodologia tradicional, para construir uma voz que dessa vez não tem medo de errar porque se utiliza deste para construir seu novo conhecimento.

Essa voz nada mais é do que a construção da reflexão e da tomada de consciência do que venho vivenciando, ao qual visualizo de maneira tímida, discreta talvez ainda insignificante em meio a tantos sistemas já assimilados e acomodados, que só agora pouco a apouco vão dando espaço a esta nova pratica, construindo assim uma nova aluna com uma nova forma de produzir e estruturar conhecimentos...